Lucro Presumido

Mesmo com apuração simplificada de IRPJ/CSLL, empresas do Presumido frequentemente recolhem PIS/COFINS e ICMS de forma indevida por falta de segregação ou erros de enquadramento. As oportunidades mais comuns envolvem monofásico, ICMS-ST, classificação fiscal, benefícios setoriais e retenções não aproveitadas.

 

Mapa das principais oportunidades

  1. Receitas com PIS/COFINS monofásico:
  • Revenda de itens cuja tributação foi concentrada na indústria/importador → alíquota zero na revenda. Se houve recolhimento (3,65% cumulativo) por erro de segregação, cabe restituição/compensação.
  • Segmentos onde isso costuma aparecer: farmácias, cosméticos/perfumaria, bebidas específicas, combustíveis e algumas autopeças, sempre por NCM.
  1. ICMS-ST — Ressarcimento:
  • Quando a base presumida superar o preço de venda, ou em devoluções/saídas interestaduais, pode-se pleitear ressarcimento conforme regras da UF.
  1. Erros de classificação fiscal (NCM) e CST/CFOP:
  • NCM trocado pode “mudar o mundo” da tributação: de monofásico para normal (ou vice-versa), com impacto direto no PIS/COFINS e no ICMS.
  1. Benefícios setoriais/regionais não apropriados:
  • Incentivos estaduais, isenções parciais, reduções de base, regimes especiais.
  1. Retenções na fonte não compensadas:
  • PIS/COFINS/CSLL (4,65%) e IRRF retidos por tomadores de serviço que muitas vezes ficam “perdidos” e podem ser compensados.

 

Quem costuma ter menos oportunidade

  • Prestadores de serviço puro sem insumos relevantes e sem receitas monofásicas.
  • Varejistas de linhas sem monofásico e com baixa incidência de ICMS-ST.

Observação: ainda assim, retenções e benefícios regionais podem existir. Vale conferir.

 

Metodologia de revisão — Ornaghi

  1. Mapeamento de receitas por NCM/CFOP; cruzamento de XMLs e SPED.
  2. Validação de monofásico por item e período; simulação do devido x recolhido.
  3. Análise de ST por UF, base presumida x preço de saída, devoluções e interestaduais.
  4. Auditoria de retenções (DARFs, informes de rendimentos, extratos de compensação).
  5. Memória de cálculo por competência (últimos 5 anos), com documentação suporte.
  6. Retificação de declarações e protocolos de restituição/compensação.

 

Documentos úteis

  • XMLs de NF-e (entradas/saídas), SPED Fiscal/Contribuições;
  • Cadastros de NCM/CST/CFOP e relatórios do ERP;
  • DARFs de PIS/COFINS (cumulativo) e comprovantes de retenções (4,65% / IRRF);
  • Regras estaduais de ST pertinentes à UF.

 

Riscos e boas práticas

  • Conferir NCM com laudos/catálogos do fabricante; manter trilha documental.
  • Controlar retenções por competência, com conciliação contábil.
  • Atenção à legislação estadual para ST e prazos de ressarcimento.

 

Conclusão

No Lucro Presumido, as grandes “lacunas” surgem por monofásico ignorado, ST mal tratada, retenções esquecidas e NCM equivocado. Revisar 5 anos com base técnica costuma revelar oportunidades concretas.

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